Entrevista à Psicóloga Liliana Santos (1ªParte)

1.Começando pelo mais simples, o que é uma Fobia?

"Uma Fobia é uma Perturbação da Ansiedade. Caracteriza-se essencialmente por um medo acentuado e persistente (de natureza excessiva ou até irracional) que um indivíduo sente quando é exposto ou antecipa o confronto com um objecto ou situação que teme e, geralmente, conduz a uma resposta de ansiedade clinicamente significativa e a comportamentos de evitamento do objecto ou situação temidos."


2.Durante os seus anos de trabalho e de experiência, alguma vez tratou pacientes com fobias? Se sim, quais as mais frequentes?

"Sim, ao longo da minha prática clínica já fiz intervenções em pacientes com Fobias, sendo que me recordo de as mais frequentes estarem sobretudo relacionadas com andar de elevador, conduzir em túneis ou em pontes, andar de avião, medo de animais (como ratos, cães, insectos…) e também medo de trovoadas."


3.Sabe-nos dizer quais os tipos de fobias existentes?

"De acordo com o DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, da Associação Psiquiátrica Americana) dentro das Fobias Específicas, embora possam existir outros tipos, há essencialmente, quatro sub-tipos. São eles:
- Tipo Animal (medo desencadeado por animais ou insectos);
- Tipo Ambiente Natural (medo originado por situações do ambiente natural, como sejam as alturas, água, tempestades, …);
- Tipo Sangue/Injecções/Ferimentos (que tem a ver com observar ou ser alvo de actos médicos relacionados com sangue, ferimentos, levar uma injecção, …);
- Tipo Situacional (medo desencadeado por uma situação específica como transportes públicos, túneis, pontes, elevadores, voar, conduzir ou espaços fechados)."


4. Quais as razões para que um individuo tenha uma fobia?

"Os primeiros sintomas de Fobia Específica ocorrem habitualmente durante a infância ou no início da adolescência e são variados os factores que podem predispor o seu aparecimento, nomeadamente: assistir ou vivenciar um acontecimento traumático (por exemplo, ser ou ver alguém a ser atacado por um animal, cair de um sitio alto, …); ter um ‘Ataque de Pânico’ numa determinada situação; observar as reacções de terceiros em certas circunstâncias (por exemplo ver alguém a reagir com medo na presença de um determinado animal ou noutra situação especifica); bem como por simples transmissão de informação (por avisos repetidos dos pais acerca dos perigos de certas situações, através da comunicação social, pela cobertura que por vezes é feita de determinados desastres, …)."

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